Pastor é investigado por maus-tratos contra mulheres e crianças em abrigo para dependentes químicos

A Polícia Civil investiga denúncias de maus-tratos praticados por um pastor contra pessoas atendidas em um abrigo para dependentes químicos no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. De acordo com a corporação, nove mulheres e três crianças foram ouvidas na delegacia da cidade e relataram ter sofrido violências física e psicológica.

Ainda segundo a Polícia Civil, as investigações tiveram início a partir de informações repassadas perlo Conselho Tutelar do Cabo, na segunda-feira (14). Por nota, a corporação apontou que a unidade de tratamento para dependentes não tem autorização para funcionar.

O caso está sendo investigado pela delegada Natasha Dolci, que informou que só vai se pronunciar após um fim do inquérito. As mulheres e crianças que prestaram depoimento vão passar por perícias. O nome do pastor não foi divulgado oficialmente pela polícia.

O presidente do Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente do Cabo, Carlos Antônio dos Santos, informou que o caso veio à tona a partir da denúncia feita pela mãe de uma adolescente de 12 anos.

Segundo ele, a menina era atendida no Centro Pentecostal Jovem Resgate, na localidade de Engenho Novo, uma área rural do município.

“A menina contou à polícia que foi espancada com uma mangueira. Há também relatos de maus-tratos contra mais pessoas”, afirmou.

O gestor do conselho de direitos disse, ainda, que as vítimas informaram à entidade e aos policiais que, além de agressões físicas, o homem praticava violência psicológica.

“Ele criava duas cobras e ameaçava os internos com os animais. Ele dizia que quem fizesse denúncias ao não cumprisse as normas do centro ficaria em um quarto escuro com os animais”, declarou.

Além disso, há relatos de que internos eram amarrados com algemas de plástico. “Ouvimos denúncias de que alguns jovens ficaram durante horas com essas algemas, chamadas de enfoca-gato”, declarou Santos.

As agressões chegaram ao Conselho de Direitos por meio do Conselho Tutelar de Ponte dos Carvalhos, distrito do Cabo, na sexta-feira (11). No domingo (13), a mãe da adolescente esteve no local e constatou que a garota tinha sido vítima de violência.

Na segunda-feira (14), integrantes do Conselho Tutelar e do Conselho de Direitos foram até o centro de reabilitação e ouviram as pessoas que estavam no local. Todos foram para a Delegacia do Cabo e prestaram depoimento, segundo Santos.

“Ficamos na delegacia até a noite de segunda-feira acompanhando o caso. Acionamos a prefeitura, que deve providenciar cuidados para esses jovens. O Conselho Tutelar do Centro do Cabo vai enviar a denúncia para o Ministério Público”, acrescentou Santos.

O presidente do Conselho de Direitos ressaltou que a unidade, que atende gratuitamente e recebe doações, também não tem registro na entidade. “É um local amplo e que tem capacidade para cerca de 50 pessoas. É preciso saber como esse espaço é mantido”, observou.

Por meio de nota, a Prefeitura do caboi de Santo Agostinho informou que as crianças encontradas na casa de acolhimento clandestina foram recolhidas pelo Conselho Tutelar e encaminhadas para o abrigo Recanto da Criança e do Adolescente, mantido pela Secretaria de Programas Sociais.

Segundo a administração municipal, os menores estão sendo acompanhados por psicólogos e serão submetidos a exames traumatológicos.

Por: G1 PE

 

 

 

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