Polícia investiga desaparecimento de advogada em Petrópolis; quatro pessoas foram presas

Dia 29 de fevereiro de 2024, por volta das 11h30. Usando um colete jeans e um vestido bege e amarelo, a advogada e estudante de Psicologia Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 55 anos, estaciona seu carro num shopping de Petrópolis, na Região Serrana do Rio. Segundos depois, ela desembarca do veículo e, a pé, vai em direção a um Jeep Compass preto. Em seguida, o carro deixa o local levando a mulher.

A cena, flagrada parcialmente por câmeras de segurança, é o último registro conhecido de Anic, que desde então está desaparecida. Quatro pessoas suspeitas de envolvimento no sumiço foram presas pela Polícia Civil, que ainda não sabe se a vítima está viva.

Todos os suspeitos tiveram as prisões temporárias decretadas pela Justiça. Um deles é Lourival Correa Netto Fatiga, que nega envolvimento no crime. Técnico de informática e amigo da família de Anic há cerca de três anos, ele tinha acesso à rotina da casa onde a vítima e o marido moram, em Teresópolis, também na Região Serrana, chegando a acompanhar o casal em algumas viagens.

Além disso, ele também teria sido o responsável por instalar um serviço de câmeras de vigilância a pedido do marido da advogada. O caso é investigado em sigilo pela 105ª DP (Petrópolis), que conta com apoio da Delegacia Antissequestro (DAS). Procurada, a polícia preferiu não comentar a investigação.

O mistério que envolve o desaparecimento de Anic, que contou até com monitoramento em tempo real de parentes da vítima, começou quando ela deixou a casa da filha, em Petrópolis, para ir a um médico na mesma cidade. Em seguida, foi a um shopping, onde desapareceu.

Viagem com suspeito
No início do ano, ela, o marido e alguns amigos, incluindo Lourival — preso suspeito de participar do sequestro de Anic —, chegaram a ir a um passeio em Balneário Camboriú, Santa Catarina, onde o grupo visitou um parque aquático. Na ocasião, a advogada fez as últimas fotos antes de sumir.

Quando desapareceu, Anic estava prestes a iniciar uma nova viagem. No início de março, ela e o marido iriam para outro ponto da Região Sul. Procurado, o advogado João Vitor Ramos, que defende os interesses de Herdy e da esposa, disse, em nota, que a família está com medo e que mudou a rotina desde que ela despareceu.

“Como é possível imaginar, a família está extremamente abalada. Todos estão muito arrasados, sofrendo pela ausência de Anic. São praticamente três meses sem notícias a respeito dela, e a cada dia que passa a dor da família é ampliada pela preocupação sobre o que pode ter acontecido com Anic. Além dessa angústia, estão receosos e com medo, pois, da forma como o desaparecimento ocorreu, o marido e os filhos não sabem o que esperar das pessoas envolvidas. Têm medo do que elas são capazes de fazer”, diz um trecho do comunicado.

Também procurado, o advogado Paulo Vinícius Tostes, que defende Lourival Correa Netto Fatiga, divulgou nota informando ainda não ter sido formalmente notificado da acusação contra seu cliente em processo que tramita em sigilo de Justiça. Ele alegou ainda que a defesa acredita que “irá comprovar que a acusação se deu de forma açodada e que os verdadeiros eventos não foram apurados”.

Fonte: Extra

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