Quase 19 milhões de mulheres foram vítimas de algum tipo de violência no Brasil em 2022

País atingiu o maior índice de casos de crimes sexuais da série histórica, segundo Fórum Brasileiro de Segurança Pública; ano registrou aumento de todas as formas de agressões contra a mulher

Por Jovem Pan

Em 2022, 18,6 milhões de mulheres foram vítimas de algum tipo de violência no Brasil. O número é equivalente a um estádio de futebol com capacidade para 50 mil pessoas por dia. Pelo menos 10 vezes o tamanho do estádio Conde Rodolfo Crespi, do clube Juventus, em São Paulo. Por minuto, 14 mulheres foram agredidas no mesmo ano. Dentre elas, 45% ficaram em silêncio. Os dados são de uma pesquisa divulgada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Dentre as vítimas, cada uma delas foi agredida, em média, quatro vezes em 2022. Já entre as mulheres divorciadas, a média subiu para nove agressões. De acordo com a delegada Raquel Gallinati, diretora da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil, muitos fatores explicam porque, em alguns casos, as vítimas não buscam ajuda. Os principais envolvem dependência financeira e emocional. “A codependência financeira do agressor, claro, é um fator, um obstáculo para que aquela mulher possa tomar providência e romper aquele relacionamento, mas não é o que prepondera, é a codependência emocional e psicológica por aquele agressor. A mulher está emocionalmente vulnerável e refém. Ela nutre um sentimento de amor, de admiração por aquele que é o próprio algoz”, comenta a delegada. Ainda segundo a delegada, os agressores costumam apresentar o mesmo padrão de comportamento: “Quando a mulher é vítima e está nesse relacionamento criminoso, violento, doentio. Ela iniciou esse relacionamento como se fosse um conto de fadas. Todo relacionamento criminoso, abusivo, se inicia como um conto de fadas. Afinal, esse agressor não vai conquistar essa mulher já esbofetando ela ou agredindo verbalmente e moralmente. Ela é conquistada por aquele que se coloca como um príncipe encantado. E, aí, gradativamente, essas violências surgem.”

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