Brasil teve 35 mulheres agredidas física ou verbalmente por minuto em 2022, diz pesquisa

De acordo com relatório, 18,6 milhões de brasileiras sofreram algum tipo de agressão; ofensas verbais foram as mais registradas

Jovem Pan

Brasil registrou 35 agressões contra mulheres por minuto ao longo de 2022, superando as 50 mil vítimas diárias. Os dados fazem parte do estudo “Visível e Invisível – A Vitimização de Mulheres no Brasil“, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, encomendado ao Instituto Datafolha e divulgado nesta quinta-feira, 2.

De acordo com o estudo, 28,9% das mulheres, o que equivale a 18,6 milhões de brasileiras, sofreram algum tipo de violência ou agressão em 2022. A quantidade média de agressões diárias foi de 50.962, o que significa aproximadamente 35 agressões por minuto. O relatório aponta ainda que 14 mulheres foram vítimas de agressões físicas a cada minuto, totalizando 7,6 milhões de episódios ao longo do ano, o que equivale a 11,6% do total.

Agressões verbais foram as mais registradas equivalendo a 23,1% do total e somando 14,9 milhões de ocorrências. Aproximadamente 8,7 milhões de mulheres (13,5%) relataram terem sido vítimas de perseguição, enquanto outras 3,5 milhões (5,4%) relataram episódios de espancamento ou tentativa de estrangulamento. Por fim, outras 3,3 milhões (5,1%) foram vítimas de ameaças com faca ou armas de fogo.

Em relação a idade, a maior parte das vítimas tem entre 16 e 24 anos (30,3%), com a segunda faixa etária com mais afetadas sendo a de 25 a 34 (22,8%). Em relação a etnia, a maioria das vítimas (65,6%) é negra, enquanto 29% são brancas, 3% indígenas e 2,3% amarelas. Mais de 57% das vítimas tinham filhos e quase 52% moravam em cidades do interior. A maior parte das agressões aconteceu nas residências das vítimas (53,8%), com rua (17,6%) e trabalho (4,7%), vindo em seguida. Já em relação aos agressores, a maioria (31,3%) eram ex-companheiros, namorados e cônjuges. Atuais companheiros representam 26,7% dos agressores, enquanto 8,4% das agressões foram cometidas por pais e mães.

Ainda de acordo com a pesquisa, 45% das mulheres disse não ter feito nada após o episódio mais grave de violência, enquanto outras procuraram ajuda da família (17,3%), de amigos (15,6%) ou realizaram denúncias em Delegacia da Mulher (14%). Ligações para a Polícia Militar no telefone 190, para a Central de Atendimento à Mulher no telefone 180 e denúncias eletrônicas também foram soluções citadas. Dentre as que não procuraram as autoridades, 38% resolveram sozinhas, enquanto 31,3% acreditavam que a polícia não ajudaria ou ofereceria solução. Outros 14,4% não tinham provas suficientes das agressões. Outro dado levantado pelo estudo é de que 46,7% das brasileiras sofreu assédio em 2022, o que equivale a 30 milhões de mulheres. Cantadas e comentários desrespeitosos na rua correspondem a 41% dos casos, afetando 26,3 milhões de brasileiras. Cantadas e comentários no ambiente de trabalho (18,6%), assédios físicos no transporte público (12,8%) e abordagens agressivas em festas (11,2%) também aparecem entre os mais frequentes.

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