Sem Danulo no 2º turno?

Por Magno Martins, edição de Ítala Alves.

A grande arma do PSB sempre foi estar com Lula em 2018. O governador Paulo Câmara Lenta só se elegeu por isso e nada mais. Só que agora Lula em Pernambuco vai estar em três palanques: PSB, Solidariedade e PSOL. E aí é que a casa do Danulo nem sequer cai, porque nem sobe. Na verdade, Danulo agora vai estar parecido com Humberto em 2006.

O senador-vampiro era PT, tinha Lula, mas Eduardo era mais matreiro, foi para o segundo turno contra a direita. E Humberto teve que ficar chupando o dedo mindinho como secretário das cidades de Eduardo. Agora existem grandes chances do Coronel Danulo ficar fora do segundo, numa briga final entre os postulantes da oposição.

Se a polarização nacional Bolsonaro x Lula não for quebrada, Marília e Anderson Ferreira podem fazer o confronto final. Se a opção do eleitor se configurar pelo prisma da verdadeira renovação, lançando mão de uma experiência de gestão bem-sucedida, Miguel Coelho, do União Brasil, pode comer o cartão de Anderson ou Marília.

Raquel Lyra, a Mainha de Caruaru, estaria fora de todos os prognósticos.  Anderson joga para atrair o eleitorado de Bolsonaro e Marília o de Lula. O que se observa já é uma tendência do petista raiz votar em Marília, abandonando Danulo. Marília, teoricamente, larga com uma base fortíssima a partir do Recife, onde teve a eleição fraudada com abuso do poder econômico do PSB, uso de milícias eleitorais, manipulação com ataques forjados de mercenários fantasiados de MST a invadir espaços com objetivo de gerar pânico.

Além, naturalmente, que o PSB demonizou Marília exatamente por ela ser apoiada por Lula. Soma-se a isso, o fato de que o infante prefeito- viajante João Campos faz uma gestão reprovada pela maioria dos recifenses. Danulo carrega ainda o fardo de ter ao lado o governador mais impopular da história de Pernambuco.

Lógico que existe o Miguel Coelho, administrador excepcional, fenômeno político em Petrolina, com mais de 90% de aprovação. Porém, mesmo com toda a força da União Brasil, Miguel precisa mostrar fôlego na Região Metropolitana e Zona da Mata, onde estão concentrados mais de 50% do eleitorado do Estado.

Quanto à Mainha, a pré-candidata tucana, sai de Caruaru com imenso desgaste administrativo e político, sem traquejo, sem carisma, sem estrutura. Acabou de ser desmoralizada pelo sucessor Rodrigo Pinheiro, que demitiu um servidor fantasma na Espanha nomeado por ela, que sugava da Prefeitura de Caruaru R$ 2 mil por mês.

Do lado de Danulo, entretanto, tudo é briga interna, sem liderança, desgaste imenso resultante dos 16 anos de abuso de poder. Enfim, esse é o quadro que indica que Danulo pode, sim, ficar de fora do segundo turno.

Uma incógnita – Já confirmada e oficializada, a federação PSOL-Rede, que representa o que há de mais forte da verdadeira esquerda no Brasil, andando de mãos dadas com Lula em Pernambuco, como se apresenta com anuência do comando nacional da campanha do petista, representa uma incógnita. Estarem com Lula é também uma arma poderosa para alavancar votos no Estado, especialmente no Grande Recife e na Mata, que tem forte tradição de optar por candidatos de esquerda.

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