Chapa pau de galinheiro

Por Magno Martins.

Um sujo se juntando ao mal lavado. É assim que poderia ser traduzida a chapa Lula (PT), candidato ao Planalto, com Alckmin (PSB), na vice. Adversários históricos, o que têm em comum? Uma ficha mais suja do que pau de galinheiro. O petista, que se apresenta como a alma mais honesta do planeta, foi preso por liderar uma quadrilha que quase quebra a Petrobras.

Seu vice, ex-governador de São Paulo, nunca foi preso, mas é recorrente nas práticas lulistas. Ontem, em relação à Polícia Federal, o ex-presidente da Ecovias, Marcelo Rafart de Seras, disse que deu, em espécie, R$ 3 milhões para a campanha de Alckmin a governador via caixa 2. A Ecovias é a concessionária responsável pelo sistema Anchieta-Imigrantes, principal ligação da cidade de São Paulo com o litoral sul do Estado.

A apuração relativa ao caixa 2 também é investigada pela Delinst (Delegacia de Defesa Institucional), da PF, que apura questões eleitorais. De acordo com o relato do ex-presidente da concessionária, os valores foram pagos a título de caixa 2, primeiro, em 2010, em um total de R$ 1 milhão. Na ocasião, pelo PSDB, Alckmin foi eleito governador.

O valor, segundo o depoimento, foi pago em dinheiro ao cunhado do ex-governador, Adhemar Ribeiro. A segunda parte, no valor de R$ 2 milhões, teria sido pago em uma operação do ex-tesoureiro de Alckmin, Marcos Monteiro, em 2014, ainda segundo o relato. Naquele ano, Alckmin se reelegeu ao governo paulista.

Marcos Monteiro ocupou diferentes papéis nos quatro mandatos do tucano à frente do governo paulista e foi citado por suposta negociação de quase R$ 10 milhões em repasses de caixa dois da Odebrecht para o PSDB. Em 2010, um ex-executivo da Odebrecht disse em seu acordo de delação que Alckmin acertou pessoalmente o repasse de R$ 2 milhões para sua campanha ao governo em 2010.

Carlos Armando Paschoal, o CAP, que era à época diretor da Odebrecht em São Paulo, disse que Alckmin entregou a ele o cartão de visitas de seu cunhado Adhemar Ribeiro, que viria a ser o responsável por receber os recursos. Em 2010, o ex-governador se tornou réu sob a acusação de corrupção e lavagem de dinheiro, além de receber caixa dois da Odebrecht.

Conta salgada – Na última terça-feira, o Conselho Superior do Ministério Público fez a homologação final de acordos com a Ecovias e com o ex-presidente. O acordo de não persecução penal da empresa com a Promotoria do Patrimônio Público foi fechado em R$ 638 milhões -valor que a Ecovias deverá bancar parte em obras e parte em dinheiro como compensação pelas irregularidades. O ex-presidente da empresa Marcelino Rafart de Seras terá de pagar R$ 12 milhões ao Tesouro

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