Força-tarefa apura suspeita de superfaturamento na obra; vinte pessoas foram presas em novembro.
Por G1 PR — Curitiba
A força-tarefa da Operação Lava Jato, do Ministério Público Federal (MPF), denunciou 42 pessoas envolvidas em um suposto esquema de superfaturamento na construção da sede da Petrobras em Salvador (BA).
A obra foi alvo da 56ª fase da Lava Jato, deflagrada em novembro. Vinte pessoas foram presas em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia. A denúncia foi protocolada na quarta-feira (19).
Conforme a força-tarefa, entre os crimes cometidos que constam na denúncia estão corrupção, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, desvios de recursos de instituição financeira e organização criminosa.
As investigações, segundo o MPF, apontaram que as contratações fraudulentas e pagamentos de vantagens indevidas no esquema ocorreu entre 2009 a 2016.
Entre os denunciados estão ex-presidentes da Petros, ex-executivos da Petrobras, ex-dirigentes da OAS e Odebrecht, além de pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores (PT).
O G1 tenta contato com as defesas dos citados.
Na denúncia, o MPF também pede a reparação do dano causada a Petros no valor de R$ 150,9 milhões.
Como funcionava o esquema
O nome da sede da Petrobras, em Salvador, é Torre Pituba. O prédio foi construído pela OAS e pela Odebrecht – ambas já investigadas anteriormente pela Lava Jato.
As duas empreiteiras distribuíram vantagens indevidas de, pelo menos, R$ 68.295.866 que representam quase 10% do valor da obra, segundo o MPF.
Os valores eram direcionados, conforme a Polícia Federal (PF), para viabilizar o pagamento de vantagens indevidas para agentes públicos da Petrobras, do PT e dirigentes da Petros.
Em resumo, de acordo com a PF, o Fundo Petrobras de Seguridade Social – Petros, mediante parceria com a Petrobras, investiu na execução da obra para alugar o prédio à empresa estatal por 30 anos.
Ainda conforme a PF, porém, com o direcionamento da execução das obras para uma empresa ligada e outras duas empreiteiras já conhecidas da Lava Jato, o valor da execução ficou muito acima do que deveria, assim como o valor de aluguel a ser pago.
Diante disso, ainda segundo a polícia, os investigados direcionavam parte dos valores obtidos para o pagamento das propinas, ocultando e dissimulando a origem deles.
Esta fase da operação foi batizada de “Sem Fundos” por conta da perda do Fundo de Pensão da Petrobras e pelo fato de os crimes investigados parecerem revelar um “saco sem fundos”.