PGR monitorou entrega de propina da Fetranspor a Pezão Governador do Rio de Janeiro foi preso nesta quinta (29) pela Polícia Federal. Defesa de Pezão nega que ele tenha recebido propina.

PGR afirma ter rastreado entrega de propina da Fetranspor a Luiz Fernando Pezão

A Procuradoria Geral da República monitorou a entrega da propina que a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio pagou ao governador do estado, Luiz Fernando Pezão (MDB). Pezão foi preso nesta quinta-feira (29) na Operação Boca de Lobo.

A informação foi publicada no site do jornal “O Globo”. No pedido de prisão do governador do Rio, a PGR afirma ter rastreado entrega de propina da Fetranspor a Pezão. Segundo a reportagem, os repasses foram feitos em dinheiro vivo pelo delator Álvaro Novis a um assessor de confiança do governador, Luiz Carlos Vidal Barroso, o Luizinho.

O caminho do dinheiro foi traçado graças a um conjunto de provas obtidas pelos investigadores. Álvaro Novis entregou gravações de conversas entre funcionários da corretora dele e Luizinho.

O Jornal Nacional teve acesso a gravações que, segundo a investigação, comprovam a entrega do dinheiro. Nelas, o funcionário da corretora conversa com o assessor de Pezão sobre a melhor maneira de entregar R$ 3 milhões. A negociação começou no final de julho de 2014 e demorou dois dias, segundo os investigadores.

Um funcionário da corretora telefona para Luizinho e pede para marcar um encontro com Álvaro Novis para acertar os detalhes da entrega da propina: “Precisava bater um papo para ajeitar! Porque tem coisas que eu tenho que resolver. Documentação para te entregar e o chefe quer ver com você como é que fica a melhor forma de fazer. Para ele pegar essa semana ainda! Amanhã que é sexta, entendeu?”

Ainda de acordo com “O Globo”, a Polícia Federal obtiveram dados da geolocalização dos celulares de Luizinho e de Álvaro Novis no dia 31 de julho de 2014 e comprovaram que estiveram juntos. A conversa, segundo Novis, foi para acertar a entrega de R$ 3 milhões no dia seguinte.

Segundo os investigadores, “constata-se que no dia º de agosto de 2014 Álvaro Novis marcou em sua contabilidade a saída de R$ 3 milhões destinados para ‘Pé Grande’, ou seja, para Luiz Fernando Pezão”.

Versões

O advogado de Luiz Fernando Pezão, Flavio Mirza, afirmou que o patrimônio do governador é compatível com os ganhos dele. Disse também que, no depoimento prestado à Polícia Federal, Pezão não se recusou a responder às perguntas feitas pelos investigadores.

“[Pezão] negou veementemente que tenha recebido qualquer valor a título de propina. De quem quer que seja, disse inclusive que desafia o empresário que vai dizer que deu propina a ele e citou, inclusive, outros colaboradores que, em outras ocasiões, outros acordo de colaboração, o isentaram e disseram que nunca trataram com ele nenhum tipo de assunto relativo a questões financeiros. Então, ele nega veementemente o recebimento de propinas de quem quer que seja”, afirmou.

“Ele inclusive relatou isso lá. Ele é uma pessoa de vida modesta, de hábitos simples. Ele tem a casa dele em Piraí, inclusive nem é dele, é da esposa dele, da família, casa que ele fica em Piraí. Ele tem um pequeno apartamento de 90 metros quadrados em um prédio sem elevador. Ele é uma pessoa de hábitos simples. Então, ele não tem nenhuma movimentação vultosa ou sinais de riqueza porque ele não tem riqueza. Ele tem um patrimônio modesto, compatível com os 36 anos de vida pública dele”, acrescentou o advogado.

Fetranspor afirmou que não teve acesso ao teor da referida delação e que, dessa forma, não tem subsídios para comentar e que segue permanentemente à disposição das autoridades para prestar todo e qualquer esclarecimento que se faça necessário.

O Jornal Nacional não conseguiu contato com a defesa de Luiz Carlos Vidal Barroso.

 

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